Hi-Fi Rush: Como os filmes de Edgar Wright inspiraram o novo jogo da Tango Gameworks

Hi-Fi Rush foi a grande surpresa da Developer_Direct, sendo anunciado e lançado no mesmo dia, mas isso não significa que seu desenvolvimento foi um turbilhão. Na verdade, o diretor John Johanes teve a ideia para uma experiência de ação rítmica por anos, desde a época do primeiro jogo da série The Evil Within. E acabou que ele teve uma inspiração bem específica e não relacionado a games desde o começo: os filmes de Edgar Wright.

Em um papo no Xbox Podcast (em inglês), Johanas explicou que, enquanto a Tango Gameworks é conhecida por seus jogos de terror, o estúdio tem buscado fazer algo diferente já há algum tempo:

“Vocês provavelmente conhecem nosso estúdio por fazer jogos de terror como The Evil Within e Ghostwire: Tokyo, mas isso é algo que queríamos fazer que mudaria completamente a imagem do nosso estúdio, além de nos testar como desenvolvedores sobre o que podemos fazer, ou até o que seria possível fazer, no universo dos games, porque queríamos fazer algo novo, e foi assim que a ideia surgiu – foi assim que eu vendi o jogo internamente.

“Esse jogo é algo que eu pessoalmente sempre quis fazer há muito tempo, e, por sorte, internamente surgiu o momento certo em que vimos o game como algo para dar um novo sabor depois que terminamos The Evil Within 2, meio que ramificar e fazer algo novo”.

Enquanto Hi-Fi Rush apresenta algumas influências bem reconhecidas em games – com destaque para o gênero de ritmo e os clássicos jogos de ação técnicos – um dos pontos de partida de tudo isso veio do mundo do cinema:

“Uma das primeiras coisas que tivemos – e isso meio que influenciou a direção no nosso estilo em como fazemos as coisas – foram os filmes que Edgar Wright, como diretor, faria. E eu sei que talvez as pessoas vão comparar o jogo com o filme Em Ritmo de Fuga [Nota do editor: ops, eu fiz exatamente isso em nosso preview] que é sobre música – música que se amarra às imagens de forma bem coerente – mas na verdade isso é de bem antes. Tem uma cena em Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead) em que eles lutam em um bar com uma trilha sonora do Queen e que foi coreografada para isso. Talvez vocês tenham visto e se lembram.

“Eu falei: ‘isso é tão legal, e se nós fizéssemos um jogo que fosse exatamente isso?’, e foi assim que vendi a ideia. Foi assim que a ideia surgiu muitos anos atrás, quando ainda estávamos fazendo o primeiro The Evil Within, mas [Hi-Fi Rush] finalmente nos deu uma oportunidade de tentar esse novo formato”.

A inspiração também vai para além do conceito de combate por ritmo. Na figura do aspirante a “estrela” Chai, Hi-Fi Rush possui um quê de um protagonista em particular da obra de Wright:

“Eu sabia que queria que esse personagem principal não fosse um super-herói, e o grande ponto de referência que usamos foi Scott Pilgrim, especialmente o Scott Pilgrim do filme de Edgar Wright, porque estou falando dele como uma influência, mas ele é meio como um anti-herói, de certa forma – não é que ele é mal, mas ele só é meio idiota”.

Hi-Fi Rush usa muito bem essas influências e se torna ainda mais divertido por conta disso. Esse é um jogo que celebra os games, músicas e filmes que ajudaram a inspirá-lo, o que faz do lançamento surpresa no Xbox e PC (com assinantes do Xbox Game Pass e PC Game Pass podendo jogar como parte do serviço) ainda melhor. E, no que diz respeito a este que vos escreve, se a Tango Gameworks quiser voltar para o gênero de terror no futuro, tem o filme Noite Passada em Soho para dar uma olhada e continuar com a influência dos trabalhos de Edgar Wright em dia…